quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O prefeito da inclusão

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O prefeito da inclusão
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O prefeito da inclusão, tudo incluía a seu bel prazer, de acordo com suas necessidades políticas, agradando a quem lhe interessasse, ao longo de uma carreira política, herdeira de oligarquias. Um verdadeiro reinado.

Na tal cidade onde um dia os holandeses desembarcaram para travar algumas batalhas, e os americanos decolaram para chegar voando a um palco de guerra, o prefeito procurou caminhos controversos. Não abriu as portas como fez a cidade. Estagnou a cidade com os que já estavam dentro, deixando as ideias que chegavam, de outros países, do lado de fora.  Buscou a inclusão de todo tipo de cidadão, em alguns espaços da cidade. Não importava a deficiência ou patologia. podia ser mecânica ou sensorial, sintomática ou psicológica.

Incluiu mais pessoas nas mesmas paradas de ônibus que já existiam, dizendo que sempre cabe mais um; incluiu mais passageiros nos ônibus que já existiam, dizendo que ônibus é tal coração de mãe, sempre cabe mais um. Tudo embutido com um sorriso em reclame de creme dental. Inaugurou ruas e avenidas onde não transitam coletivos, apenas carros. Aplicou políticas e  padrões de inserção, aos que possuíam carro com ar condicionado, filtro no vidro e carroceria blindada.

Durante as campanhas de seu reinado desfilava em um carro aberto, evitando colocar o pé no chão. Ficava na dúvida do pé, direito ou do esquerdo, qual colocar primeiro e qual levar um escorregão. O piso das ruas e calçadas eram cheios de desníveis e buracos, não poderia colocar o pé primeiro certo, e cair no passo seguinte. O prefeito já tinha cometido desníveis e deslizes culturais quando realizou a festa da FLINstones. E durante seu mandatos administrava a sua cidade em um castelo no alto da Candelária.

Contratou um drone para filmar a cidade, do alto, tal como a Candelária. Sempre caberia uma nova imagem, da cidade ou pessoal. Contratou uma equipe para disseminar propaganda eleitoral em redes sociais. Até durantes os debates ao vivo na televisão, sua página pessoal estava ativa. Usava de mensagens subliminares para atingir as mentes, dando uma ideia de que não mente, dizendo ser uma cidade maravilha.

Incluiu os carros sobre as calçadas, carros estacionados em esquinas, e carros parados em faixas de pedestres. Abriu espaço para montadoras automobilísticas de países diversos. Mas o seu maior trabalho de inclusão foi com um grupo, que fica gesticulando, como se estivesse falando no rádio ou no telefone, em alguns pontos estratégicos da cidade. Vestindo uma camisa amarela, para que todos os enxergassem e não os atropelasse. Um grupo de cegos, surdos e mudos. Não enxergam os carros na calçada e se fazem de surdos e mudos quando questionados. A mesma patologia do presidente, não sabem de nada.

O prefeito é meio Chaves e meio Maduro, chega nas urnas e na TV para pedir sua permanência no cargo, através do voto. E o prefeito nos lembra mesmo de Honoré Balzac (1799-1850). gosta de fazer piada com a desgraça dos outros. O cara é uma comédia humana, e tem discurso do código dos homens honestos, com suas ilusões perdidas.

O prefeito inaugurou um hospital na cidade, desprezado pelo secretário de saúde, quando acometido por um infarto. Dispensou o hospital municipal e o hospital estadual, passou pela frente dos hospitais públicos, em uma operação de remoção em emergência, foi levado direto para um hospital particular. Não quis ocupar a vaga de direito do povo.

O prefeito segue com seu discurso na TV e redes sociais, enxergando uma luz no fim do túnel. Pode iluminar a cidade, que é conhecida com cidade do Sol, mas os ventos atrapalham as suas ideias.

RN 29/09/2016

Texto em:
http://www.publikador.com/eventos/roberto-cardoso-(maracaja)/o-prefeito-da-inclusao-1


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